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96% dos jovens da academia do Porto dizem querer votar nas eleições europeias. 80% identificam-se com o projecto europeu e 75% são contra o serviço militar obrigatório.
Um inquérito recente realizado pela Federação Académica do Porto (FAP) revelou que a grande maioria dos alunos da Academia do Porto está empenhada em participar nas próximas eleições europeias. De acordo com os dados coletados, 96% Dos 730 estudantes inquiridos manifestaram a intenção de votar nas eleições marcadas para 9 de junho.
O inquérito, que decorreu ao longo do mês de maio, procurou também compreender as perspetivas dos estudantes sobre o projeto europeu. Os resultados mostraram que 80% dos estudantes identificam-se com a União Europeia. No entanto, apenas 22% afirmaram que acompanham regularmente a actividade dos deputados portugueses no Parlamento Europeu.


Francisco Porto Fernandes, Presidente da FAP, destacou o elevado nível de participação esperado nas eleições europeias entre as gerações mais jovens. Destacou também que os resultados da pesquisa desafiam a ideia de que os jovens não têm interesse em votar.
Restabelecimento do serviço militar obrigatório
A investigação também revelou que 75% dos estudantes são contra o restabelecimento do serviço militar obrigatório. Além disso, quando questionado sobre os principais desafios que a União Europeia enfrenta, 50% dos estudantes mencionaram a migração e os refugiados como o principal problema.
Quando questionados sobre quais são os três temas a que associam o projeto europeu, “Movimento livre” foi a resposta mais frequente, escolhida por dois terços dos entrevistados. A “paz e estabilidade” e a “Fundos europeus” foram selecionados por mais de um terço dos alunos e, neste contexto, “progresso económico” e a “segurança e defesa”.


Prioridades da Juventude
23% dos alunos escolheram “meio ambiente e sustentabilidade” como um dos temas mais associados ao projeto europeu, colocando-o entre as duas prioridades que a União Europeia deve escolher para os próximos cinco anos. Ainda assim, quando questionados sobre o desempenho da União Europeia no combate às alterações climáticas, 52% fazem uma avaliação “bom o bastante”e 9% consideram“muito bom”. No entanto, na perspectiva de cerca de metade dos estudantes, corrigir a disparidade salarial no espaço europeu, deve constituir a principal prioridade da acção da União Europeia. Ó investimento em ciência e tecnologia e o apoio à Ucrâniatambém estão entre o grupo de respostas mais comuns entre pelo menos um terço dos entrevistados.
Segurança Europeia
Diante das ameaças crescentes Segurança europeiaPerguntou-se aos estudantes se a União Europeia deveria constituir um exército europeu, com divisão entre os entrevistados, com 36% afirmando ser a favor, 30% afirmando ser contra e 34% não souberam ou preferiram não responder. Contudo, quando questionados sobre a reintegração do serviço militar obrigatório, 75% dos estudantes afirmaram não concordar e apenas 12% manifestaram apoio à medida, sendo que 13% não sabem, ou preferem não responder.
O Presidente da FAP concluiu que os jovens estão bem informados sobre a política europeia e desejam que a União Europeia desempenhe um papel mais ativo na melhoria das condições de vida, na integração dos migrantes e refugiados, na preservação da segurança e no combate às alterações climáticas. .
O inquérito foi realizado maioritariamente entre os dias 4 e 30 de maio, através de formulário digital. A maioria dos estudantes pesquisados, 78,5%frequentam cursos de licenciatura no ensino superior público.
Ficha de dados:
O inquérito teve como objetivo compreender o interesse e o nível de participação eleitoral dos estudantes da Academia do Porto, a sua perceção da União Europeia e as suas perspetivas sobre o projeto europeu. Foram inquiridos 738 estudantes matriculados em Instituições de Ensino Superior (IES) da Academia do Porto, tendo sido consideradas válidas 730 respostas. A idade média dos entrevistados é de 20,4 anos e 58% são mulheres. Dos estudantes inquiridos, 66% estão matriculados em IES públicas, 22% estudam no Ensino Superior privado e 12% no subsistema concordata. A maioria, 43%, são estudantes da Universidade do Porto, 21% do Instituto Politécnico do Porto e 12% da Universidade Católica. Os restantes 24% estão distribuídos por diversas IES da área metropolitana do Porto. Do total de inquiridos, 78,5% frequentam o 1.º ciclo de estudos (licenciatura) e 29% são beneficiários de bolsa. A recolha de informação decorreu entre os dias 4 e 30 de maio e foi realizada através da aplicação de um formulário digital, que foi respondido presencialmente na Queima das Fitas no Porto, e online nos restantes dias, através de um questionário estruturado, composto por principalmente de perguntas fechadas. Por se tratar de uma amostra aleatória, não é possível calcular a margem de erro estatístico. Os dados apresentados resultam de uma projeção, da responsabilidade da FAP, baseada na análise de respostas validadas.

