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Numa clara demonstração de especulação, o inquilino pede um valor equivalente a mais de um século de aluguéis futuros.
O Livraria Lellouma das livrarias mais emblemáticas e históricas do Porto, emitiu um comunicado onde manifesta a sua profunda preocupação e descontentamento com a recente decisão do inquilino do Teatro Sá da Bandeira.
Essa decisão, que inviabilizou a tentativa de conciliação promovida pelo tribunal, é vista pela Livraria Lello como um grande obstáculo à preservação e revitalização desse importante espaço cultural.
Segundo a livraria, o inquilino fundamentou sua recusa em um especulação desproporcional em torno do status de “loja histórica” que o Teatro Sá da Bandeira possui, exigindo um valor financeiro exorbitante e sem fundamento econômico. O locatário teria solicitado um valor equivalente a mais de 127 anos de aluguel vigente, além de 40 anos de lucro médio declarado nos últimos cinco anos, sem contar o ano de 2020 em razão da pandemia.


O Livraria Lello considera esta exigência absurdaacusando o locatário de tirar vantagem de um mecanismo legal que deveria proteger a finalidade cultural do teatro. Em vez de proteger e valorizar o espaço, o locatário está, na opinião da Livraria, usando-o para obter benefícios econômicos injustificáveis. Este mecanismo de classificação foi criado com o objetivo de salvaguardar a função cultural do Teatro Sá da Bandeira, algo que a Livraria Lello pretende não só manter, mas melhorar.
A declaração também afirma que o inquilino não cumpriu com suas responsabilidades quanto à preservação e segurança do edifício. A Livraria Lello acusa-o de manter o património e os equipamentos arquitetonicamente alterados, além de não realizar as obras necessárias para garantir a segurança do espaço, como é legalmente exigido. Assim, o teatro fica refém da programação e gestão do inquilino, sem ver implementadas as melhorias fundamentais para a sua conservação e para o seu futuro como espaço cultural de referência.
A Livraria Lello reitera seu compromisso de continuar lutando por seus direitos e pela requalificação do Teatro Sá da Bandeira, para que ele ganhe uma nova vida e seja devolvido ao Porto e à região Norte como um marco cultural. A companhia está determinada a garantir que o teatro, uma das joias culturais da cidade, possa servir à comunidade, preservando sua integridade e oferecendo uma programação cultural de qualidade.


