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A Câmara Municipal de Matosinhos vai lançar um programa de promoção de habitação cooperativa a preços acessíveis para famílias com dificuldades em arrendar casa e jovens que queiram emancipar-se, segundo uma proposta a que a Lusa teve hoje acesso.
Ó Programa de Apoio à Cooperativa Habitacional, proposta que será discutida na quarta-feira em reunião extraordinária do executivo municipal, pretende tornar as cooperativas habitacionais uma alternativa ao mercado imobiliário tradicional.
“O Programa de Apoio à Habitação Cooperativa de Matosinhos visa promover o desenvolvimento da habitação cooperativa no concelho a preços acessíveis, através de um conjunto de medidas que apoiem a criação, gestão e sustentabilidade de cooperativas habitacionais”, refere a proposta.
O objetivo é implementar um modelo de apoio à construção de habitação para integração no regime de arrendamento acessível em que o prédio é propriedade coletiva da cooperativa sem possibilidade de ser vendido aos cooperadores, destaca.
Segundo a autarquia, as cooperativas habitacionais foram e devem manter a sua construção em torno de um forte sentido de comunidade.
E acrescenta: “Além da habitação, a cooperativa cria ‘habitat’ e comunidade através da partilha de espaços comuns, da promoção de relações sociais e de um ambiente de colaboração e da qualificação do espaço público envolvente”.
Numa primeira fase está prevista a construção de 100 fogos, podendo as cooperativas habitacionais concorrer ao programa de apoio individualmente ou em grupo, destaca a proposta.
Este programa destina-se a famílias com dificuldades de acesso ao mercado imobiliário, jovens que pretendem tornar-se independentes e pessoas com necessidades especiais de habitação, destaca.
Em termos de apoios, a autarquia, liderada pela socialista Luísa Salgueiro, concede o direito de superfície a terrenos municipais gratuitamente durante 90 anos e renovável por igual período.
No final do contrato, ou se a cooperativa for declarada liquidada, os terrenos e edifícios municipais revertem gratuitamente para o município.
A autarquia irá realizar obras de acessibilidade e intervenção em espaços públicos e a cooperativa irá ligar redes prediais a redes públicas.
Além disso, a autarquia disponibiliza um apoio máximo de 75 mil euros à cooperativa adjudicada para o projecto de arquitectura, isenção de taxas urbanísticas, Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e IVA a 6%.
As formalidades legais e administrativas relativas à contratação, execução e fiscalização do projecto são da responsabilidade da cooperativa, bem como os custos financeiros daí resultantes, refere a proposta.
“A criação de uma nova geração de cooperativas para promover a habitação acessível é um passo importante para garantir o acesso à habitação em Portugal. Este programa visa dotar as cooperativas do apoio necessário para contribuírem, como no passado, para o desenvolvimento de um país mais justo e coeso”, destaca.
Créditos: Lusa
TVSH 24/04/2024

