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A Câmara de Matoscos do distrito de Porto aprovou nesta quinta-feira a Estratégia de Saúde Municipal 2025-2030, um plano que aposta na prevenção e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, envolvendo áreas como educação, meio ambiente ou ação social.
Aprovado em uma reunião executiva municipal, o documento visa implementar “uma nova maneira de pensar na saúde pública”, com mais peso na prevenção, buscando evitar problemas de saúde antes que isso aconteça, em vez de agir somente quando surgem doenças, ao mesmo tempo, o bem-estar da população e hábitos de vida saudável.
O plano foi preparado com base em um diagnóstico técnico-científico e resultou de uma colaboração entre a unidade de saúde local de Matosinsinhos e o Instituto de Saúde Pública da Universidade de Porto, com contribuições de técnicos, entidades locais e cidadãos.
“Uma cidade só é realmente desenvolvida quando atende ativamente e continuamente a saúde de seus cidadãos. A saúde que buscamos é um rosto humano, próximo, acessível, promovendo autonomia e dignidade”, disse a prefeita Luisa Salgueiro, através de uma declaração do município.
Entre os principais desafios apontados no documento estão o envelhecimento da população, os impactos das mudanças climáticas, solidão, desigualdades sociais e pressão nos serviços de saúde locais, problemas que, segundo o executivo, exigem respostas inovadoras e sustentáveis.
A estratégia aprovada propõe uma abordagem mais preventiva e integrada, com ações a serem aplicadas aos vários contextos da vida em Matosinhos, de escolas e centros de saúde a espaços públicos e moradia, com impacto direto na qualidade de vida da população.
“A saúde é, e continuará sendo, muito mais que uma área de intervenção. É um compromisso compartilhado com o bem-estar de todos os que vivem, trabalham ou crescem em Matoscos”, disse Luísa Salgueiro.
O documento foi aprovado com os votos favoráveis do PS, PSD e Independent António Parada e a abstenção da CDU. Por oposição, várias recomendações foram deixadas, para que o plano não seja muito vago e atenda às necessidades da população
Bruno Pereira, do PSD, expressou essa posição e, apesar da votação favorável, considerou que o plano deveria aprofundar tópicos como qualidade do ar, promoção, escolas, estilos de vida saudáveis e uma resposta social em situações de maior vulnerabilidade.
“Ele deve receber profundidade e sequência ao que é proposto, para que o plano produza efeitos. Este foi o primeiro passo. Votamos nessas recomendações e, dentro de três anos, avaliaremos o impacto, porque os resultados apenas aparecem ao longo do tempo”, disse ele à LUSA.
António Parada, um vereador independente, afirmou que o documento “acrescentará pouco ao que já existe”, considerando que, embora ele tenha votado a favor de ser uma proposta na área de saúde, o plano de não apresentar medidas concretas, ser muito vago e sem objetivos quantificados.
“Ele diz àqueles que vão, mas não quantifica ações ou apontam para eventos concretos. É um plano aberto, que pode ser melhorado com propostas de oposição. Tudo o que envolve a saúde e a ação social deve ser apoiado, mas pode e deve ser mais claro nas medições”, acrescentou a Lusa.
A CDU, através do vereador José Pedro Rodrigues, reconheceu a importância da estratégia, mas enfatizou que o documento apresenta fraquezas técnicas e falta de articulação com outros instrumentos municipais, como a Carta Educacional e defendeu uma abordagem mais integrada, com base em dados concretos e coordenação eficaz com a unidade de saúde local de Matoshosos
A CDU enviou várias propostas, incluindo a criação de um centro dedicado à promoção da saúde, o reforço da resposta a crianças com necessidades especiais nas escolas, a presença de enfermeiros de tempo total e mecanismos de monitoramento mais rigorosos e transparentes.

TVSH
Créditos: Canal do Porto
13/06/2025

