A menos de três meses das eleições europeias de 2024, o Partido Social Democrata (PSD) surge como a formação política portuguesa mais votada, consolidando a viragem à direita do país, já expressa nas eleições legislativas do início de março, revela a sondagem IPSOS em exclusivo para a Euronews .
Os sociais-democratas surgem em primeiro lugar com 31%, ligeiramente à frente do Partido Socialista (PS), que tem 29,6% das intenções de voto.
A proximidade entre os dois principais partidos portugueses reflete-se no número de mandatos – ambos poderiam eleger oito eurodeputados, o que significa que o PSD ganharia dois representantes nas eleições de 2019.
Embora estejam empatados com os sociais-democratas nos parlamentares eleitos, os socialistas acabam por ter uma derrota, pois perdem um assento face aos nove eurodeputados que conseguiram colocar no hemiciclo europeu na legislatura cessante.
Chega e Iniciativa Liberal estreiam-se na Europa
O Chega cimenta o seu estatuto de terceira força política nacional ao reunir 14,2% das intenções de voto portuguesas nas eleições europeias de junho. Com esta votação, o partido liderado por André Ventura dá lugar a três deputados na câmara legislativa da União Europeia.
A sondagem IPSOS para a Euronews confirma o que já era antecipado, ou seja, o Chega entra pela primeira vez no parlamento europeu, com Portugal a dar o seu contributo para o reforço da presença da extrema-direita no bloco europeu. O mesmo estudo – realizado com cerca de 26 000 pessoas, em países que representam 96% da população da UE – aponta precisamente para uma aumento do apoio à direita radical e aos eurocépticosque lidera as sondagens em quatro dos seis membros fundadores da União Europeia.
Em quarto lugar está a Iniciativa Liberal, que obteve 4,5% dos votos, obtendo mandato. Tal como o Chega, o partido liderado por Rui Rocha deverá estrear-se no parlamento europeu, o que significa que, também na Europa, Portugal tem mais peso à direita – doze eurodeputados contra os nove à esquerda.
Bloco de Esquerda perde força, comunistas e centristas desaparecem do mapa político europeu
O Bloco de Esquerda segue a tendência interna e regista uma quebra na votação europeia, classificando-se como o quinto partido nacional, com 4,4%, o que se traduz em apenas um eurodeputado. Os bloquistas perdem mandato em relação à última votação.
O PCP, integrado na CDU (2,3%), também mantém a tendência decrescente, com impacto ainda mais severo, ao perder representação parlamentar na Europa. É um forte revés para os comunistas que elegeram dois eurodeputados em 2019.
Fora do mapa político europeu está também o CDS-PP (3,4%), que há cinco anos tinha conseguido eleger um eurodeputado.
Segundo esta sondagem, o Livre (3,6%), que está acima dos centristas, e o PAN (2,1%) não entrarão no próximo Parlamento Europeu.
A IPSOS entrevistou 25.916 pessoas em 18 países, por telefone e online, entre 23 de fevereiro e 5 de março. Estes resultados foram então reponderados para garantir a sua representatividade e complementados com investigação documental para os restantes nove membros da UE, que são mais pequenos.

