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O uso criminal da inteligência artificial está criando desafios para usuários e empresas individuais. Os ataques estão se tornando cada vez mais rápidos, sofisticados e difíceis de detectar.
Traduções erradas, logotipos mal reproduzidos, uma linguagem suspeita: até recentemente, o mesmo aconteceu com os e -mails de phishing. Mas o ChatGPT e outras ferramentas generativas de IA tornaram mais fácil escrever mensagens que imitam as de um contato legítimo. Assim, é possível simular um email interno de uma empresa, uma solicitação de pagamento ou até uma notificação oficial do estado.
A mesma lógica se aplica ao malware: com inteligência artificial, é possível automatizar a criação de variantes de software maliciosas, que podem se disfarçar de maneira mais eficaz, ignorando os antivírus tradicionais. Os criminosos usam sistemas que geram automaticamente centenas de versões de vírus para encontrar o que pode escapar da detecção.


Proteger infra -estruturas críticas
O uso da IA na vida cotidiana das organizações é outro aspecto do mesmo problema. Em Portugal, o Serviço Nacional de Saúde (NHS) lembra que sua integração em áreas fundamentais dos sistemas de saúde “pode introduzir novos vetores de ataque, especialmente se os modelos de IA forem manipulados para causar falha ou comprometer operações críticas”. Uma eventual escape de dados pode expor informações privadas, e “as técnicas de reidentificação podem ser usadas para extrair dados pessoais de conjuntos de dados que se acreditavam anonimamente”.
A preocupação apontada pelo NHS se aplica a qualquer empresa: a IA permite dimensionar ataques a uma velocidade sem precedentes, o que representa um desafio considerável para os departamentos de segurança, especialmente nas PME, que geralmente não têm os recursos para atualizar seus sistemas ou formar equipes especializadas.
O que exigia anteriormente semanas de preparação e conhecimento técnico avançado agora pode ser feito em horas ou até em minutos. Em vez de escrever um único email fraudulento, os atacantes podem gerar milhares, adaptando conteúdo a diferentes idiomas, contextos e perfis.
As defesas tradicionais não chegam mais
Os filtros de antivírus, firewalls e spam ainda são importantes, mas não são mais suficientes em si mesmos, porque a natureza dos ataques evoluiu. Muitas ameaças não passam por arquivos maliciosos, mas ataques à engenharia social e manipulação psicológica. A IA ajuda os invasores a conhecer melhor suas metas, explorando dados on -line disponíveis e criando mensagens personalizadas com um alto grau de sucesso.
Por outro lado, alguns sistemas de defesa tradicionais são baseados em padrões conhecidos. Se o malware ou o ataque não seguir esses padrões porque foi gerado automaticamente para ser único, é provável que passasse despercebido.
Apesar dessa mudança de cenário, existem várias medidas que as empresas (e os cidadãos em geral) podem usar para se proteger. A segurança digital está em constante evolução e pode responder efetivamente à maioria das ameaças:
- Formação contínua: É essencial manter os funcionários cientes dos novos métodos de phishing e outras ameaças da inteligência artificial. Quanto mais informados estiverem, menor o risco de cair em esquemas.
- Forte autenticação: Mesmo que o invasor puder roubar credenciais, ele terá dificuldade em acessar se a autenticação multifactor foi implementada (MFA) em todos os sistemas críticos.
- Atualizações regulares: Manter o software atualizado e os sistemas operacionais fecha muitas das portas onde os ataques entram.
- VPN para uso pessoal e profissional: O uso de uma VPN pode proteger dados sensíveis e impedir que ele seja interceptado pelos invasores. O que é uma VPN? Não é mais nada menos que uma rede privada virtual, que cria conexões com a Internet para tornar a navegação mais segura, especialmente em redes Wi-Fi públicas.
A inteligência artificial (IA) está transformando o mundo da segurança cibernética, e nem sempre para melhor. Embora essa tecnologia tenha ajudado as empresas a detectar ameaças mais rapidamente, por outro lado, ela foi explorada pelos cibercriminosos para lançar o lançamento mais sofisticado, rápido e difícil de detectar ataques. Estamos entrando em uma nova era de ataques digitais, onde empresas e usuários individuais precisam adaptar suas defesas.