Aprovada inclusão de 60 milhões de euros no orçamento da Câmara do Porto para 2024
O Executivo da Câmara Municipal do Porto aprovou esta segunda-feira, por unanimidade, a inclusão de um saldo administrativo de 60,3 milhões de euros no orçamento da cidade para 2024, aumentando o orçamento de 412 milhões de euros para 472 milhões de euros.
A proposta foi discutida à porta fechada do Executivo, com voto contra da CDU, abstenção do BE e PS, e voto a favor do Movimento Independência e do PSD.
À margem da reunião, o vereador do BE, Sérgio Aires, disse que a revisão orçamental “apresenta opções”.
“Na Ágora [empresa municipal de cultura] Se a despesa aumentou 33% e a coesão social aumentou 6%, pouco mais há a dizer. ” ele disse.
Disse não ter nada contra um maior investimento na cultura e lamentou que a coesão social não tenha sido a principal preocupação da maioria durante a revisão do orçamento.
“É lamentável que outras forças políticas não tenham estado envolvidas nesta mudança orçamental”, disse ele.
Relativamente à revisão orçamental, a vereadora da CDU Ilda Figueiredo disse que fruto da descentralização de competências, o município prevê ter um défice de cerca de 10 milhões de euros no setor da educação no final deste ano.
Disse haver uma “necessidade realmente urgente de levar isto ao governo”, especialmente considerando que a cidade não poderia “continuar a apoiar esta situação”, uma vez que este valor não inclui a remodelação de instalações escolares”, disse.
“Isto tem que ser tratado com a máxima urgência, em conjunto com o governo, porque senão ficaremos sem dinheiro e não poderemos utilizá-lo para outras coisas”, defendeu Ilda Figueiredo.
O vereador do PSD, Alberto Machado, também enfatizou o aumento dos custos trabalhistas e a descentralização de competências.
“Esta descentralização foi mal feita, mal pensada e o que aconteceu aos municípios foi um presente venenoso”, acredita, acrescentando que o défice municipal no setor da educação ronda atualmente os 3 milhões de euros.
Os sociais-democratas defenderam, por isso, a necessidade de o governo “rever as medidas fiscais atribuídas para que se houver um défice desta dimensão possa ser mitigado”.
Sobre a possibilidade de haver défice nesta área, o vereador do BE lembrou que se tratava de “uma previsão, não de uma realidade”.
“Isso não aconteceu em 2023”, ressaltou.
Com a inclusão dos saldos administrativos, há um aumento de 8,5 milhões de euros no plano plurianual de investimentos, destinados ao urbanismo e habitação (3,9 milhões de euros), ambiente e energia (2,4 milhões de euros) e governação camarária (160 milhões de euros). ).
O plano de atividades mais relevante apresenta um aumento líquido de 51,8 milhões de euros. Os principais aumentos ocorreram nas Câmaras de Governação (20,6 milhões de euros), Mobilidade (8,6 milhões de euros), Economia e Inovação (8,6 milhões de euros) e Ambiente (8,1 milhões de euros).

