Braga paga 15 milhões de euros por participação privada em “PPP de relva artificial”
A Câmara Municipal de Braga aprovou a aquisição de 15 milhões de euros de capital privado numa chamada “PPP de relva sintética”, que, segundo o presidente da autarquia, deverá resultar numa poupança operacional de 28,2 milhões de euros.
A aquisição da participação de 51% detida por um parceiro privado deverá ocorrer até ao final deste ano.
O negócio estava previsto para 2023, mas não se concretizou devido a atrasos na obtenção de empréstimo bancário para financiar a aquisição.
A aquisição, que o autarca Ricardo Río qualificou como “uma das mais importantes” dos seus três mandatos, permite-lhe fechar “uma página negra na história da gestão pública” em Portugal.
Rio, eleito numa coligação liderada pelo PSD, sublinhou que o PPP foi criado “unicamente para esconder dívidas” e que o executivo liderado pelo PS na altura optou por “pagar muito mais” do que deveria ter acontecido. Se o banco financiou diretamente.
O prefeito enfatizou: “Isso é inaceitável”.
Em causa está a Sociedade Gestra de Equipamentos de Braga (SGEB), uma parceria público-privada (PPP) criada em 2008 pelo socialista Mesquita Machado que visa construir 38 campos de futebol com relva artificial e outros equipamentos. esportes e socialização.
A partir de agora, a parceria terminará e todas as atividades do SGEB serão incorporadas na Câmara de Comércio e Indústria.
A Câmara de Comércio detém 49% do capital da Sociedade Gestra de Equipamentos de Braga, estando os restantes 51% atualmente nas mãos da construtora.
Para o autarca, o PPP foi “um dos maiores erros de gestão de que há memória” e “uma das decisões mais desastrosas” da Câmara Municipal.
Desde 2009, a Câmara investiu aproximadamente US$ 91 milhões no SGEB, com uma média de US$ 6,5 milhões anuais.
O PPP previu um investimento de 65 milhões de euros, mas apenas 35 milhões de euros foram efetivamente realizados, pois em 2013 a câmara foi transferida do PS para a coligação PSD/CDS/PPM e o novo executivo ordenou a paralisação dos trabalhos. euros.
Para Ricardo Rio, adquirir capital privado é uma decisão que “parece tarde demais”. Porque “a poupança teria sido ainda maior se a internação já tivesse ocorrido mais cedo”, acrescentou.
Em 2016, foram reportadas poupanças superiores a 80 milhões de euros.
“O desaparecimento do SGEB não poderia ter acontecido antes e nunca poderia ter sido ultrapassado pelas questões jurídicas, nomeadamente pela coragem demonstrada pelo Ministério das Finanças na altura”, explicou.

