Esta quarta-feira, a Caravana BE fez a sua tradicional descida pela Rua Santa Catarina, no Porto. A coordenadora do bloco, Mariana Mortágua, assumiu no domingo a tarefa de eleger um segundo deputado.
Esta quarta-feira, o BE reuniu-se com uma modesta comitiva perto da estação de metro do mercado do Bolhão e iniciou a descida pela rua Santa Catarina.
Entre as bandeiras vermelha e roxa, ou as cores da comunidade LGBTQIA+, Catarina Martins, cabeça de lista das eleições europeias, apareceu acompanhada pela coordenadora do partido Mariana Mortágua e pelo líder do partido “Número 2” Francisco Luza. A lista inclui José Guzmán e a ex-deputada Marisa Marías.
Mariana Mortágua disse aos jornalistas que acredita na eleição do “segundo deputado” do BE e, portanto, na manutenção da sua representação no Parlamento Europeu.
“O objectivo das eleições é sempre fortalecer, continuar a crescer, aumentar sempre o número de votos e garantir que Bruxelas elege um segundo eurodeputado, porque como eu disse em defesa intransigente… Porque este congressista vai fazer a diferença e fazer a diferença “para os direitos humanos, para a paz, para a defesa climática, para a habitação, para a protecção dos salários”, argumentou.
Mortágua disse que quem vota no BE sabe que o partido “não se venderá” e “não se curvará” à extrema direita.
Além dos europeus, Mortágua comentou o facto de o Congresso ter aprovado esta quarta-feira a proposta do PS de reduzir a taxa de IRS para o sexto escalão e manter as taxas de imposto nos escalões seguintes.
Os bloquistas lamentaram a rejeição da proposta do BE de dedução dos juros hipotecários dos créditos do IRS após 2011, salientando que o PS a aprovou na generalidade e que o PSD “a manteve durante vários meses”.
“Infelizmente, neste jogo de narrativa e de poder entre PS e PSD, caiu por terra a proposta que provavelmente faria a maior diferença na vida das pessoas que hoje pagam as suas hipotecas e não as podem pagar”, criticou.
“Estou a jogar em casa”, confessou Catarina Martins a sua alegria nas ruas do Porto, recusando comentar o facto de uma delegação do Chega ter passado por esta rua cerca de uma hora antes.
“Não tenho nada a dizer além de que gosto muito de estar na rua e gosto muito de estar no Porto, que é a minha casa. Gosto muito de estar na Ilha de Santa Catarina, nesta rua onde desfilamos sempre juntos nas eleições. Gosto”, respondeu ele ao jornalista.
Katarina Martins também negou que as eleições europeias tenham sido uma segunda volta das eleições legislativas e apelou ao voto.
“Apelamos às pessoas para que votem pela liberdade das mulheres, pelos direitos de todos, contra o racismo e a violência, pela segurança, pelo direito à habitação e a uma boa vida.
“Quero um telhado, quero um chão, quero o direito à habitação”, “Viva a Palestina, resistência é resistência”, “Domingo eu voto no BE”, “Há anticapitalistas aqui”. Os cantos que acompanharam o comício terminaram perto do famoso café Majestic.
Mariana Mortágua foi frequentemente convidada a tirar selfies e Catalina Martins foi abordada por diversas pessoas. A delegação incluiu figuras proeminentes entre as forças de bloqueio, incluindo o ex-líder parlamentar Pedro Filipe Soares e o ex-deputado José Manuel Preza.
No início da reunião, dois homens que se identificaram como representantes das vítimas do BES abordaram a delegação e Katarina Martins garantiu que o BE não esqueceu esta causa e está a defendê-la.

