“Pequeno” e “quente”. E as sardinhas de Sant Joan?
Nos dias que antecederam a Noite de Sant Joan, a sardinha, rainha da mesa do Porto em Junho, escapou aos pescadores da Afrada. Marinheiros frustrados com cestos vazios apontam o vento e a água fria como os principais culpados pelos escassos recursos que acabam por colocar as “minúsculas” e “deliciosas” sardinhas nos pratos.
“Se eu soubesse o segredo da sardinha, conseguiria apanhá-la todos os dias”, suspira Antonio Díaz, pescador de Afrada, Vila Nova de Gaia, que pesca desde os 16 anos. A exaustão e a frustração refletem-se nos rostos de dezenas de marinheiros enquanto as redes de pesca são guardadas para o trabalho da noite seguinte. Pouco ou nada é trazido para a terra, o que se tornou o “novo normal” nos últimos anos.
Não muito longe, no mercado do peixe de Matosinhos, chegam cerca de 20 barcos de pesca com mais de 20 toneladas de peixe. Naquele local, o quilo de sardinha deverá chegar aos 2 euros. Apesar de “gordinhas”, as poucas sardinhas não satisfazem os olhos dos portuenses nem as carteiras dos pescadores.
Na banca da Dona Maria, no mercado da Afrada, as sardinhas são “pequenas”, mas “deliciosas porque são nossas”, frisou, sublinhando que tamanho não significa necessariamente qualidade. Ao ir buscar um balde cheio de sardinhas no espaço ao lado, Dona Ana, outra peixaria, nota que apesar da baixa oferta as vendas estão “fortes” e que São João é o único, mas também está ansioso por isso. São João. Pedro da Afrada.
Quem chama este peixe de “tu” garante que, apesar do seu pequeno tamanho, “as sardinhas do norte são de muito melhor qualidade que as do sul”.
“O segredo é o tempo de cozimento.”
António Oliveira é pescador desde os 14 anos, torrador há cinco, e é conhecido como o rei da sardinha assada na Afurada. Seus colegas de profissão brincam que sua pele é morena por causa das milhares de brasas que já acendeu. Antonio balançou a cabeça e culpou a viagem em alto mar. Considera que assar sardinha é uma “ciência”, por isso “não deixa ninguém tocar” na sua grelha.
“O segredo é o tempo de cozimento. A grelha precisa estar alta para que o calor não queime a parte externa da sardinha e a deixe crua por dentro”, afirma, acrescentando que as escamas da sardinha ficam amareladas e pingam no carvão. . Ao cozinhar, ele enfatizou: “Está perfeitamente cozido”. comer”.

