A adrenalina “rima” com Vila Real. Uma viagem ao passado pelo circuito mais antigo do Japão
O Circuito Internacional de Vila Real celebra este fim de semana a sua 53ª edição dedicada aos carros clássicos, com um número recorde de inscrições para o ano e cerca de 300 voluntários a ajudar. Acrescentando um novo capítulo a uma história já densa e rica que abrange mais de 80 anos, Trás os Montes tornou-se um destino obrigatório para os entusiastas do automóvel.
A capital, Trás os Montes, é um destino indissociável da história do automobilismo do país, sendo ponto de partida dos primeiros campeões e lendas da modalidade, e apresentando Portugal num panorama de grandes corridas internacionais. Ganhou impulso e atraiu a atenção mediática. Vamos dar destaque a esta região do Douro.
Uma história nascida na segunda década do século XX. Um grupo de apaixonados pela adrenalina do automobilismo começou a organizar diversas competições, provas de pequenos carros, concursos de elegância e feiras de automóveis, que rapidamente começaram a atrair atenção e entusiasmo. das massas.
Assim, em 15 de junho de 1931, foram lançadas as bases para o início oficial da primeira prova do Circuito Internacional de Vila Real, organizada pela mesma comissão que coordenou o festival da cidade.
Foi criado um imposto sobre cada quilo de carne vendido na cidade para cobrir os custos de organização do evento. Há muito tempo atrás, na década de 1930, Portugal estava numa verdadeira turbulência política, social e económica.
Vila Real, o nascimento de uma nova “biblioteca”
O percurso de 7.150 quilómetros incluiu 20 voltas e teve de ser completado pelos 10 pilotos que participaram na primeira corrida em Vila Real, perfazendo um total de 143 quilómetros, com Gaspar Gameiro pronto para vencer.
“A largada foi feita no estilo 'Brooklands', com os pilotos tendo que se alinhar de um lado da linha de chegada e correr até os carros estacionados e trabalhando do outro lado antes de partir”, disse você. Visite o site do Circuito Internacional de Vila Real.
Um dos maiores problemas do circuito foi o pó causado pelo chão de terra batida, existindo também problemas inerentes de visibilidade, pelo que começou com algumas restrições.
“Estou feliz por ter feito a corrida sem pegar poeira. Baixei as janelas do cabriolet, pisei no acelerador… e fui o primeiro a chegar. Foi tudo o que eu esperava, acima de tudo. ..muito pó, não os recolham”, enfatizou na altura Gaspar Sameiro ao jornal “O Volante”.
As correntes da guerra frearam a órbita.
O impulso inicial continuou até 1939, quando a eclosão da Segunda Guerra Mundial forçou a interrupção da corrida. Apenas 10 anos depois, Vila Real voltou a acolher eventos de automobilismo e foi reavivada em 1949.
Vila Real estabeleceu uma posição forte além-fronteiras, acolhendo alguns dos maiores nomes do automobilismo internacional como Nicha Cabral, David Piper, Sir Stirling Moss e María Teresa de Filippis. O desempenho e cada máquina deixam as pessoas maravilhadas.
O entusiasmo durou pouco, pois oito anos de férias tirariam a adrenalina dos motores da capital transmontana.
Em 1966, a emoção regressou a Vila Real, com os carros de turismo e de fórmula a ocuparem o centro das corridas, com velocidades médias a atingir os 152.570 km/h.
Um ano depois, algumas surpresas estão reservadas. “Por exemplo, será a primeira vez que o famoso Porsche, preparado na Garage Aurora da cidade do Porto, vai competir em Vila Real.”
A década de 1970 marcou o início de uma época de ouro para o circuito de Vila Real. Nas edições de 1971, 72 e 73, as corridas contaram com dezenas de pilotos e carros famosos, para deleite dos milhares de fãs que acorreram ao “Reino Encantado”, mas em 1973, a crise do petróleo e a Revolução de Abril forçou novas interrupções. , terminando apenas em '79.

A corrida continuou até 1991, quando foi interrompida devido a um trágico acidente que matou quatro espectadores, mas foi retomada em 2007 com um traçado de pista revisado. Cancelamento da corrida.
Nos últimos anos desde o seu renascimento, o evento tem sido um enorme sucesso e faz lembrar a época dourada do circuito, acolhendo, entre outras coisas, clássicos, corridas de resistência e provas nacionais como a Taça do Circuito Português.
Vila Real prepara-se para o 53.º torneio
Este ano assinala-se o 10.º aniversário do regresso do circuito a Vila Real, depois de um longo hiato, e a promessa eleitoral feita pelo socialista Rui Santos quando se candidatou pela primeira vez à Câmara de Vila Real, em 2013, foi concretizada em 2014.
O programa desportivo do Circuito Auditivo Internacional de Vila Real inclui seis provas, duas das quais são provas internacionais. Haverá um Trofe Legende usando carros clássicos do pré-guerra (Segunda Guerra Mundial), bem como eventos Classic Endurance Racing 1 e 2. Escrito por Peter Ort.

Esta edição, que começa esta sexta-feira e prolonga-se até domingo, realizar-se-á em simultâneo com a tradicional Feira de São Pedro e será transferida da rua Primeiro de Maio para o bairro de Vila Vella, de forma a minimizar as restrições de trânsito.
Em conversa com a Lusa, o presidente da Câmara de Vila Real, Luís Santos, destacou o enorme impacto económico na hotelaria e restauração local, explicando que o orçamento da cidade para a corrida está entre 900 mil e 1 milhão de euros.

