O Tribunal da Feira condenou esta sexta-feira a pena de prisão suspensa de dois anos e três meses a uma mulher acusada de vender bens pertencentes ao património da família Boavista, originária da cidade de Castelo de Paiba.
Os juízes consideraram que o réu foi considerado culpado de abuso de confiança agravado.
Por isso, a mulher foi condenada a dois anos e três meses de prisão, suspensa pelo mesmo período, com a condição de pagar uma taxa de 5.000 euros a um estabelecimento de Castelo de Paiva.
A arguida é filha de um ex-funcionário do último “Conde de Castelo de Paiba”, membro da aristocracia que lhe deixou em testamento um usufruto dos seus bens e imóveis, deixando condicionadas as fundações do concelho. A ideia é criar um museu naquele espaço.
Com o falecimento do empregado, em 2019, o usufruto desses bens foi transferido para o réu e sua irmã.
A acusação do Ministério Público (MP) refere que a partir deste momento o arguido decidiu levar para casa alguns dos bens que compunham este imóvel e vendê-los, retendo o valor gerado pela venda.
Os bens vendidos incluíram mobiliário, armas e pinturas, pelos quais o arguido recebeu pelo menos 40 mil euros.
Em setembro de 2020, o então presidente da Câmara de Castelo de Paiba, Gonzalo Rocha, foi informado pela GNR de um crime que envolveu o roubo do conteúdo da Casa da Boavista e enviou uma notícia-crime ao Ministério Público.
Em comunicado divulgado na altura, a autarquia explicou que a GNR visitou a Quinta da Boavista e encontrou o arguido acompanhado de uma equipa de uma empresa de mudanças “descarregando vários objetos e transportando-os para dentro de casa”. Os soldados testemunharam que “ela estava devolvendo as coisas que havia removido”.
No documento, a cidade afirma que continuará a ter uma postura activa na descoberta da verdade e na recuperação dos bens alegadamente roubados.

