A multinacional alemã de calçado Ara Shoes anunciou o despedimento coletivo de 130 pessoas em Seia, no distrito da Guarda, e a Câmara Municipal recebeu garantias de que a empresa permanecerá na cidade.
Luciano Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Ceia, confirmou à Lusa a decisão da empresa de despedir 130 funcionários “porque precisamos de nos adaptar ao mercado”.
O autarca sublinhou que a cidade está a monitorizar a empresa “muito de perto” e disse ter recebido garantias da administração de que a força permanecerá em Sayre e continuará a transferir tecnologia para o local.
“Fortalecemos outras áreas como preparação de produtos e logística. Isso mostra a confiança entre a empresa e Seia. Não temos intenção de fechar a empresa”, afirma Luciano Ribeiro.
Apesar de terem sido despedidos 130 trabalhadores, a Ala de Seia manteve cerca de 550 trabalhadores e continuou a ser um dos “maiores empregadores” do concelho, sublinhou o autarca.
“O importante é nos adaptarmos ao mercado. É responsabilidade das autoridades locais monitorar a gestão dos trabalhadores. Estaremos trabalhando com os trabalhadores afetados pelas demissões em massa esta semana para dar respostas que ajudem as famílias. Concordamos com o administração que se coordene com o IEFP para que os perfis lhes sejam enviados”, explicou o autarca.
Luciano Ribeiro reconhece que esta é uma situação preocupante para o município, mas nota que em Seia há “escassez de mão-de-obra em alguns sectores e, quaisquer que sejam as expectativas da população, não há alternativas de reconversão”. que isso vai acontecer”, enfatiza.
“A conversão de pessoas é possível, mas também depende das expectativas das pessoas e do seu estado físico e mental para esta opção”, sublinha.
O prefeito lembrou que o quadro de funcionários da empresa “passou de 600 para 750 porque as empresas locais de vestuário foram demitidas durante o surto do coronavírus”. “Eles aproveitaram a oportunidade para ficarem mais jovens. Então agora é um ajuste.”
Conforme explica Luciano Ribeiro, a empresa perdeu mercados como a Rússia e a Ucrânia devido à guerra e também registou perdas na Europa, pelo que agora avança também para outros tipos de produtos. “Dada a situação teremos que nos adaptar, modernizar e criar novos produtos”, sublinha o autarca.
Seia pretende aumentar o número de linhas de costura de seis para três. O autarca lembrou que, nos últimos meses, a empresa manteve os seus 200 funcionários em casa e pagou-os “com a expectativa de recebermos encomendas”, mas isso não aconteceu.
A Ara Shoes, com sede em Vila Nova de Gaia, foi fundada em Portugal em 1974, e a divisão de produção SEIA entrou em funcionamento em 1991.
A agência Lusa contactou a empresa de Sayre, mas a empresa não emitiu qualquer comunicado.

