Ministra da Saúde abre sessão de negociação com sindicatos sectoriais esta sexta-feira
A ministra da Saúde, Anna Paula Martins, vai reunir-se pela primeira vez esta sexta-feira com sindicatos representantes de médicos, enfermeiros e farmacêuticos para iniciar negociações salariais exigidas pelas organizações sindicais.
Está marcada a primeira reunião com a Ordem dos Médicos Independentes (SIM), às 10h00, no Ministério da Saúde, seguida de reunião com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), às 11h00.
À tarde, a nova equipa ministerial reunir-se-á com os sindicatos representativos dos enfermeiros e com o sindicato nacional dos farmacêuticos.
Aumento salarial, melhores condições de trabalho e progressão na carreira são algumas das reivindicações que os sindicatos já tinham feito à anterior equipa ministerial e que as trarão de volta à mesa de negociações com o novo governo.
As exigências do SIM incluem o restabelecimento de um aumento salarial de 15% para os médicos até 2026, a conclusão de um acordo provisório alcançado com o governo anterior e a progressão na carreira.
A FNAM vai colocar à mesa das negociações 10 pontos que considera essenciais para “resolver a emergência do SNS”, entre os quais a contratação de médicos e a garantia da prestação de cuidados de saúde, incluindo a sua substituição em regime normal de semana de trabalho. Atualizações no limite salarial de 35 horas e na grade salarial, restabelecimento dos estágios médicos como categoria de entrada na carreira médica, implementação de promoções e agilização da concorrência por cargos remunerados em cada categoria.
Em comunicado, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) defendeu como “essencial” acordar na primeira reunião “um calendário negocial visando o momento em que as questões e as respetivas reivindicações sejam resolvidas”.
Uma das prioridades do SEP é resolver as diversas desigualdades que ainda persistem devido à agregação das pontuações dos enfermeiros e valorizar a carreira dos enfermeiros.
Cinco sindicatos de enfermeiros, que cancelaram uma greve de cinco dias marcada para finais de Abril ou início de Maio, depois de o ministro ter concordado em iniciar negociações, também exigem uma revisão dos seus salários e carreiras.
O Sindicato dos Enfermeiros, o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem, o Sindicato Democrático Português dos Enfermeiros, o Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros e o Sindicato Nacional dos Enfermeiros apelam também a um modelo de avaliação e desempenho “justo, transparente e executório”.
O Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF) também se reunirá com os supervisores para exigir tabelas salariais actualizadas, contagens a tempo inteiro nas redes sociais para promoções e progressão na carreira, e adequação dos números dos farmacêuticos às necessidades dos farmacêuticos. Os serviços são reconhecidos publicamente e o título de perito é reconhecido pelo Ministério da Saúde.
O ministro da Saúde afirmou no sábado que “não há restrições a priori” às negociações com os sindicatos, admitindo que ainda não tem conhecimento das reivindicações destes profissionais médicos.
Anna Paula Martins disse: “Na reunião que vamos ter, o sindicato vai apresentar especificações, e vamos discutir com seriedade e fidelidade essas especificações, que ainda não conhecemos neste momento.''”, afirmou.

