“É crime passar meses nestas condições.'' Crianças sem espaço para brincar na escola em Braga
Os pais dos alunos da Escola Bacica da Sé, em Braga, consideraram esta quarta-feira que a falta de um espaço digno para lazer nos últimos cinco meses devido às obras em curso é um “crime muito grave”.
“Continuar durante meses nesta situação é um crime muito grave e um ataque aos direitos fundamentais das crianças”, disse Helena Silva numa reunião do conselho executivo onde é permitida a intervenção pública.
Segundo a mãe, 214 alunos da escola tiveram que passar o recreio em um espaço de 200 metros quadrados.
“Não temos um metro quadrado por criança”, disse, sublinhando que os pais propuseram dois espaços alternativos de descanso, mas nenhum foi aceite.
Outra mãe, Cristina Marquez, acrescentou que tinha que passar o tempo livre em um espaço fechado e sem luz natural na propriedade adjacente.
Os pais também criticaram o “ruído excessivo” a que seus filhos foram expostos causado pela produção.
Os pais enfatizaram a “discriminação” contra os alunos que não conseguiam “aprender silenciosamente”, incluindo efeitos negativos na estimulação motora das crianças, aumento de peso, dores de cabeça e rejeição da escola em algumas crianças.
Esta questão também foi levada à reunião pelos vereadores do PS e da CDU, que afirmaram que com um planeamento atempado teria sido possível ultrapassar estes constrangimentos.
Em resposta, o presidente da Câmara de Comércio disse que o trabalho é sempre disruptivo e que sempre encontrará alternativas de atividades educativas se considerar necessário.
“Neste caso específico, o trabalho foi considerado compatível com atividades educativas”, disse, acrescentando que “o ruído não ultrapassa os limites legais”.
Ele disse ainda que os trabalhos serão interrompidos durante as provas de avaliação.
A secretária de Educação, Carla Sepúlveda, explicou que o período de construção foi antecipado porque foi registada a intrusão de água durante as primeiras chuvas do ano.
Explicou que uma das alternativas de recreio propostas pelos pais foi rejeitada pelo município por insuficiência de condições de segurança, e a outra não foi aceite pela direção do grupo.
Acrescentou que as crianças terão 85 metros quadrados adicionais de espaço até ao final deste ano lectivo, graças à remoção dos andaimes.
O trabalho na escola deve ser concluído dentro de duas a três semanas.

