O presidente da Junta de Freguesia de Ramalde, no Porto, defendeu esta quinta-feira a necessidade de reforçar a PSP face a uma “onda constante de assaltos” e reabrir esquadras para “garantir a segurança” de mais pessoas. A população é de 38.000.
A presidente da Junta de Freguesia, Patrícia Lapassote, disse em encontro com a Lusa que apesar do aumento de efetivos da PSP “não é suficiente” para garantir a segurança nas ruas.
“É preciso mais pessoal”, insistiu, acrescentando que recebeu queixas frequentes de moradores e comerciantes sobre a “onda constante de assaltos”.
“Eles roubam tudo o que encontram pelo caminho”, disse ele.
Ramalde, a segunda freguesia mais populosa da cidade do Porto, segundo os censos de 2021, já tinha três esquadras da PSP (Piñeiro Manso, João de Deus e Francos), mas agora só existe uma. Esquadra de visto.
“Temos uma população de cerca de 39 mil pessoas, três estações de metro, quatro agrupamentos de escolas e uma grande área industrial. A população flutuante é enorme, quase o dobro da população residente. Temos atualmente uma esquadra policial. e os veículos da polícia ainda não estão disponíveis 24 horas por dia”, elaborou.
Perante uma “onda de assaltos”, Patrícia Rapasote sublinhou a necessidade de abertura de “mais esquadras”, sobretudo na zona de Pinheiro Manso. Ali, vários moradores juntaram-se para formar uma associação para alertar organismos públicos como a Câmara Municipal do Porto e a polícia. Ministério da Administração Interna e Comunicações, relativamente ao aumento da criminalidade.
O autarca disse à Lusa que a Câmara Municipal tem estado a avançar com medidas como a limpeza das vias públicas, o aumento da iluminação e o isolamento de casas devolutas, maioritariamente ocupadas por toxicodependentes, embora as medidas não sejam suficientes para garantir a segurança dos moradores.
“O importante é dar dignidade e segurança a todos”, disse, sublinhando que a criação da associação deu aos moradores “uma voz e uma representação mais activa”.
Patrícia Lapasote sublinhou a importância do sistema de videovigilância, que está em funcionamento na cidade desde junho de 2023, sendo alargado a Ramalde, paralelamente ao reforço de efetivos da PSP e de esquadras.
“Foi muito importante não como substituto da PSP, mas como uma ferramenta útil de apoio aos profissionais”, afirmou, acrescentando que o sistema também poderá funcionar como dissuasor da criminalidade.
Na quarta-feira, João Pedro Mortágua, residente no bairro Piñeiro Manzo desde 2009, disse à Lusa que os assaltos “principalmente por parte de toxicodependentes” se tornaram comuns há cerca de um mês.
“Eles são tão desorganizados que se você roubar alguma coisa, eles lhe dão cinco euros extras pelas drogas”, diz ele.
Além de roubarem carros, também roubam tampas de ralos, grades de calhas, telhas e chapas de zinco, como aconteceu com um vizinho de Joanne.
Esses itens e materiais teriam sido posteriormente vendidos a um sucateiro localizado perto da paróquia.
“Não passa um dia sem roubos”, disse o morador, acrescentando: “O nível de deterioração social, violência e segurança é imensurável”.
Em outubro de 2023, o Comando da Área Metropolitana do Porto da PSP anunciou que os crimes violentos e graves nesta zona do Porto aumentaram face a 2022, bem como um aumento no número de detenções relacionadas com o tráfico de droga.
No entanto, o número global de crimes denunciados diminuiu, com 358 crimes denunciados em 2022 e 323 crimes denunciados em 2023.

