O ministro da Defesa será ouvido esta terça-feira na primeira audição pública ordinária no Parlamento da República, depois de já ter anunciado que está a trabalhar num pacote legislativo para abordar prioridades nesta área da soberania.
A audiência, de caráter rotineiro e destinada ao exame de documentos governamentais, está marcada para as 15h.
Até agora, Nuno Melo compareceu ao Parlamento como ministro da Defesa, apenas para esclarecer as suas observações sobre o serviço militar obrigatório como punição alternativa para jovens que cometem crimes menores, mas propôs negar o que fez.
Durante a audição, o ministro da Defesa e presidente do CDS-PP disse que pretende enviar tropas “em melhores condições do que quando as recebemos”, e disse que acabaria por manter conversações com os chefes militares. medidas concretas para aumentar o recrutamento. Representantes da Associação de Oficiais, Sargentos e Suboficiais.
Desde então, Nuno Melo tem sublinhado repetidamente que “chegou a hora” de os militares regressarem ao “centro de preocupação” do poder político, e na semana passada disse que no contexto atual o investimento na defesa é “uma questão importante”. até afirmou que existe. “É uma questão de inteligência e clareza prática”, disse ele, sublinhando que as avaliações militares devem “assumir a liderança em tudo”.
O ministro não disse até ao momento quais as medidas que irá considerar, apenas sublinhando que serão sempre consideradas “possibilidades orçamentais”.
Além das medidas que visam as fileiras das atuais Forças Armadas, Nuno Melo disse que vai “avaliar os antigos combatentes” e que o seu estatuto pode ser melhorado, o que o Presidente da República, Marcelo, é uma preocupação semelhante à de Rebelo de Souza. No mês passado, ele defendeu essas pessoas, dizendo que elas merecem os direitos pelos quais lutaram durante toda a vida.
Um dos temas da agenda é a possível compra de caças F-35 por Portugal. No mês passado, o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, João Cartaxo Alves, alertou que Portugal estava “no caminho de regresso” ao caça F-35. Alertou que a soberania aérea do país poderia estar em risco à medida que 16 caças chegassem ao fim da vida.
Internamente, desde que assumiu o cargo, Nuno Melo já anunciou que irá auditar todas as licenças para atividades comerciais e industriais em munições e tecnologia concedidas pelo ministério desde 2015, altura em que o regime socialista precedeu o atual governo. Irregularidades neste processo.
Na frente internacional, cerca de duas semanas antes da cimeira da NATO em Washington, o governo já está a preparar planos para que os gastos de defesa de Portugal atinjam 2% do produto interno bruto (PIB), algo que a aliança atlântica há muito vem solicitando. E o país espera atingir essa meta em 2030.
De acordo com um relatório da NATO sobre os gastos de cada estado-membro entre 2014 e 2024, estima-se que Portugal se tornará o sétimo país da aliança a investir menos na defesa em 2024, num total de 32 países. Este ano é de 1,55%.
Poucos dias depois da conferência de paz suíça e da cimeira da NATO, o Presidente da República já convocou o Conselho de Estado no dia 15 de julho para analisar a situação na Ucrânia.
Melo anunciou este mês que iria instruir os militares ucranianos na utilização de veículos de combate semelhantes aos que Portugal faz com os seus caças F-16, e que estes estariam disponíveis “imediatamente”.

