Monte Pedral “não é uma oferta da Região Centro à cidade do Porto”, salienta o vereador do Porto.
Ricardo Valente, vereador do Porto responsável pela atividade económica, criticou na segunda-feira o Estado Central, após reunião do executivo municipal. Reiterou que ao longo deste mandato “o Estado Central não cedeu um único metro quadrado de imóveis para venda à cidade do Porto”, como o concurso para habitação pública no antigo quartel de Monte Pedral.
A ênfase no Monte Pedral foi acompanhada de críticas ao estado do prédio na Via França, que é um terreno estatal. Ricardo Valente sublinhou que “o Porto é a sua própria cidade e resgatámos o que tinha permanecido injustamente nas mãos do Estado central”.
O edifício encontra-se totalmente abandonado, constitui um problema de saúde pública e preocupa a Agência de Proteção Civil e a Câmara de Comércio, que intervêm frequentemente para a limpeza do local. “Mas não é hora de reclamarmos. A tempo de anunciar o resultado”, concluiu Ricardo Valente.
No antigo quartel de Monte Pedral, na Avenida da Constituição, os direitos de superfície de quatro dos seis lotes serão transmitidos por 90 anos, pelo preço estimado em 5 milhões de euros.
As restantes duas parcelas destinam-se a serviços e habitação comercial e universitária, cada uma com cerca de 200 camas.
Estas duas parcelas permanecem ao nível municipal e a construção de habitação para estudantes deverá ser apoiada com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O operador privado será responsável pelo desenvolvimento do projecto de implementação e pela construção de quatro edifícios destinados à habitação popular com capacidade até 388 residências, e assumirá a manutenção do espaço durante o período da concessão.
A Câmara do Porto arrendará então cada residência por um período de 30 anos (renováveis) e ficará responsável pela execução de obras de urbanização no valor superior a 4,2 milhões de euros.

