Novo plano de migração prevê aumento orçamental de 15 milhões de euros
O plano de ação para a migração, anunciado segunda-feira pelo governo português, deverá aumentar o orçamento do setor em 15 milhões, e a iniciativa será complementada com receitas próprias e fundos comunitários, anunciou o ministro do Presidente.
No anúncio oficial do plano, António Reitão Amaro disse que as medidas “não são contra ninguém”, mas que “as questões muito importantes de Portugal, como as necessidades de imigração e a correção dos desequilíbrios populacionais, visam resolver problemas graves”.
O plano custará cerca de 80 milhões de euros no total, incluindo aumentos orçamentais, financiamento do Acordo Europeu de Migração e fundos comunitários ligados a projetos de segurança fronteiriça, bem como financiamento da Agência para a Integração, Migração e Asilo (AIMA).
Nas últimas semanas, a AIMA angariou o equivalente a 30 milhões de euros graças a pedidos de pré-pagamento de depósitos.
O plano prevê o fim de um regime inusitado que permitiu a legalização de chegadas com visto de turista através da apresentação de manifestações de interesse, uma estrutura de missão para recuperação de processos pendentes e o reforço dos recursos consulares.
Prevê ainda a criação de um Gabinete de Estrangeiros e Fronteiras no âmbito da PSP. [que vai fiscalizar os imigrantes em Portugal e tratar dos casos de retorno]um novo centro de acolhimento de emergência, e a reconfiguração do sistema organizativo com o regresso à AIMA das actualizações documentais até então efectuadas pela Associação dos Notários Registados.
Criada em Outubro de 2023, a AIMA “não pretende acabar, mas sim reconstruir e recuperar”, disse o governador na cerimónia, mantendo o actual presidente da agência, Luis Goes Pinheiro.
O objectivo final é garantir que o futuro seja “sustentável, humano e digno”, mas também garantir regras que o país aceite”, sublinhou, rejeitando o uso partidário do tema.
“Não estamos contra ninguém e não estigmatizamos o nosso povo”, mas “estamos conscientes de que existem desafios e estamos a tomar medidas concretas para os enfrentar”.
No caso da AIMA, o governo vai “experimentar um projecto piloto de prémios de desempenho baseados na produtividade”, explicou o responsável.
“O que apresentamos hoje vai muito além da dialética do conflito parlamentar”, disse ele, acrescentando que se recusou a “transformar questões sérias em objetos de batalha partidária”.

