Sindicato de jornalistas acusa Global Media de não pagar “por esta obrigação”, apesar de ter dinheiro
O Sindicato dos Jornalistas (SJ) afirmou na quarta-feira que mais de 130 funcionários da Green Receipt não seriam pagos relativamente ao mês de março, apesar do Global Media Group (GMG) ter recebido dinheiro “para cumprir esta obrigação acusada de negligência”.
O sindicato refere em comunicado que a empresa Notícias Ilimitadas (NI), que negocia a compra de títulos de grupos globais de comunicação social como JN, TSF, O Jogo e diversas revistas, “transferiu milhares de euros para a conta”. “, enfatizou. “, notou o grupo, salientando que se trata de “dinheiro destinado a pagar os salários de maio dos trabalhadores e os salários de março dos trabalhadores com receitas verdes”.
“A administração do GMG confirmou ter recebido a transferência de dinheiro, mas disse que não poderia garantir se o dinheiro seria usado para pagar os funcionários”, observou o SJ.
“SJ entende que esta situação é inaceitável e lamentável em todos os aspectos. Trata-se de dinheiro destinado a ser utilizado para pagar os salários dos trabalhadores. “Tomaremos as medidas necessárias para resolver novos abusos e violações dos direitos dos trabalhadores, independentemente das relações contratuais”. “, acrescentou.
No passado fim de semana, a GMG informou estar a aguardar a posição da Autoridade da Concorrência (AdC) sobre a venda de alguns títulos à NI, na sequência de “luz verde” da Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).
Num comunicado aos colaboradores obtido pela agência Lusa, a GMG disse ainda que irá regularizar os subsídios de Natal não pagos assim que o processo estiver concluído.
Em causa estão as vendas do grupo da TSF, Jornal de Notícias, JNH, Jogo, Evasões, Volta ao Mundo, N-TV e Delas à NI.
O sindicato explicou que mantém uma “postura dialógica” com o governo do GMG, sublinhando que “os canais de comunicação que têm sido respeitados e mantidos foram abertos desde que Vitor Coutinho assumiu o cargo de CEO”. A “protecção dos direitos dos trabalhadores” poderá levar a mudanças nas relações.
“[O SJ] “Não abandonamos nenhuma forma de luta e estamos a ponderar a melhor forma de proteger os empregos e a preservação dos vários títulos, mas a sua importância no panorama mediático português é verdadeiramente essencial”, sublinhou.
A estrutura sindical considerou também “preocupantes as ações do GMG num momento em que as negociações estão claramente na fase final”.
“Se os acionistas querem realmente estar neste negócio têm de dar sinais de que preservar a empresa para que haja algo para vender é fundamental e uma prioridade”, sublinhou.

