Sindicato dos Guardas Prisionais prepara-se para apresentar queixa-crime contra dirigentes da Associação de Apoio Prisional
O Sindicato Nacional dos Guardas Prisionais (SNCGP) criticou Vitor Iljarco, secretário-geral da Associação Portuguesa de Assistência aos Reclusos (APAR), por o ter criticado por alegadamente proteger alguns sindicatos no contexto dos ataques a presos que pretendem processar.
“O SNCGP refuta e desmente as declarações do secretário-geral da Associação Portuguesa de Apoio aos Presos aos meios de comunicação social, na quarta-feira desta semana, que difamam gravemente os cerca de 4.000 agentes penitenciários em serviço e já está a preparar a acusação”, lê-se em “Vitor Ixalco”. comunicado enviado à imprensa esta quarta-feira.
Em causa, o jornal Diário de Noticias publicou na quarta-feira desta semana que a Provedoria de Justiça denunciou ao Ministério da Administração Pública (MP) oito ocorrências de agressão a reclusos no último ano.
“O que me indigna é que alguns sindicatos que não só não criticam os seus membros, como até contratam advogados para defender os perpetradores, deveriam ser os primeiros a eliminar os profissionais que não cumprem as regras dentro das suas empresas”, disse o líder da APAR.
Num memorando assinado pelo Presidente Frederico Morais, o SNCGP afirma ainda que as informações da Autoridade Preventiva Nacional (integrada na Provedoria de Justiça) sobre ataques a reclusos deixaram os guardas prisionais “difamados, magoados e ofendidos”. sente isso “Em nenhum momento apontaram as contradições ou ouviram as opiniões dos representantes dos guardas”, afirmou, sublinhando que isto “representa uma tentativa inaceitável de demonizar as fileiras”.
O sindicato afirmou que uma proporção significativa dos ataques relatados por prisioneiros foram “atos de vingança pessoal”, com um elevado número de “relatórios difamatórios”, “relatórios falsos” e ataques a guardas.
“Em 2023, o mesmo relatório da Agência Nacional para a Prevenção da Tortura informou que houve oito ataques hipotéticos a prisioneiros, enquanto houve 26 ataques a guardas por parte de prisioneiros. Só este ano, estamos a meio de 2024. No entanto, 15 incidentes de agressões. sobre guardas prisionais já foram registrados”, dizia o mesmo memorando.
Para o SNCGP, a informação divulgada esta quarta-feira revela um “constrangedor desconhecimento” sobre a fiscalização da atividade dos guardas prisionais, pelo que “refuta o relatório, que foi elaborado sem ouvir todos os envolvidos, e que o negou”.

