O Grupo Vita anunciou este domingo que pelo menos 12 vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica em Portugal já apresentaram pedidos de indemnização, um aumento de 50% face à informação publicada há um mês.
Segundo uma nota enviada à comunicação social pela organização coordenada pelo psicólogo Lute Agulhas, “vários indivíduos mantêm processos regulares de acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico, e 12 indivíduos recebem compensações financeiras. Assembleia Geral da Conferência Episcopal de Portugal (CEP).
Numa entrevista ao jornal Lusa publicada no dia 17 de fevereiro, Ruthe Agulhas revelou que havia oito vítimas que apresentaram pedidos de indemnização, número que subiu para 12 um mês depois.
O Grupo Vita revelou ainda que nos seus 10 meses de funcionamento já foi contactado por 84 pessoas, face aos 79 pedidos de ajuda de há um mês. “52 consultas foram realizadas e mais estão planejadas”, afirma o memorando publicado.
O acordo coordenado por Ruthe Agulhas indica ainda que os especialistas do Grupo Vita receberão na quinta-feira formação do Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para reforçarem as suas competências, sendo necessário justificar esta situação. Especialistas serão enviados para fornecer “intervenção em crises” por telefone em casos de “pensamentos suicidas ou mesmo homicidas”.
“No que diz respeito às atividades de formação e formação para diversas organizações eclesiais, dirigidas a catequistas, professores de educação moral e religiosa católica, professores de escolas católicas, e professores de escolas públicas (estes últimos a pedido da Direção-Geral) as atividades já estão agendadas (de Educação). Será também lançado um novo ciclo de formação para diversas instituições religiosas”, acrescentou a estrutura.
Fundado em abril de 2023, o Grupo Vita pode ser contactado através da linha telefónica (915090000) ou do formulário de inscrição no site www.grupovita.pt.
O Grupo Vita surgiu na sequência do trabalho da Comissão Independente para o Estudo do Abuso Sexual Infantil na Igreja Católica, liderada pelo psiquiatra infantil Pedro Strecht. Ao longo de quase um ano, a comissão examinou 512 depoimentos relativos a acontecimentos ocorridos entre 1950 e 2022. Extrapolando, o número mínimo de vítimas é 4.815.