CDU pede à Câmara do Porto e à IP que preservem o comboio de alta velocidade do distrito de Noeda
A CDU apela à Câmara Municipal do Porto para que trabalhe com a InfraPortugal na consideração de alternativas para preservar a zona de Noeda atrás da estação do Campanhão do projecto da linha de alta velocidade.
“Nos estudos publicados sobre o projeto do TGV, Noeda atravessa a nova Rua do Freixo, sem ter em conta a importância da paisagem urbana do local”, afirmou a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo.
“Noeda não merece tal futuro. Passar por uma nova Rua do Freixo sem considerar a sua importância e antever a construção de vários empreendimentos imobiliários, a história, a experiência da Noeda e sobretudo das suas gentes. “Não poderia haver solução melhor do que esta ”, argumenta, “expressando a natureza urbano-rural do lugar”.
Na proposta, que deverá ser discutida na sessão executiva de segunda-feira, os vereadores afirmam que a construção de novas ruas implicaria o transporte de “grandes quantidades de terreno para endurecimento das ruas”, “além da expropriação”.
“Se não evitarmos encostas íngremes, haverá mais poluição sonora e de carbono proveniente de veículos pesados no futuro”, ressalta.
Neste sentido, Ilda Figueiredo disse que a Câmara Municipal do Porto e a IP têm trabalhado numa “alternativa”. Recomenda-se que a proposta seja considerada.
“Poderá haver a possibilidade de candidatar-se a financiamento comunitário e/ou nacional para preservar a paisagem urbana existente e incluir este objectivo em intervenções alternativas às propostas de projecto para a rota do TGV”, disse.
Os vereadores da CDU consideraram também a possibilidade de criar um projecto envolvendo organizações sociais, culturais e ambientais existentes na região, com o objectivo de “criar um centro de investigação urbano-rural em cooperação com as universidades”.
“Noeda é habitada há séculos. Contém as ruínas de Castro, registadas no arquivo da CMP (…) Agricultura com vista para eiras, hortas, cursos de água e minas, restos do núcleo do poço e do muro de pedra local , coberta de massas ancestrais entre as pedras, que ainda hoje as ligam”, disse o vereador, chamando a cascata de “única na cidade” e com destaque para a produção de farinha.
Esta linha de alta velocidade liga o Porto a Lisboa em aproximadamente 1 hora e 15 minutos, com possíveis paragens em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria.