‘É uma estatística preocupante.’ Dados de criminalidade para 2023 revelados
O chefe da Inspeção de Segurança Interna admitiu esta segunda-feira que os dados da criminalidade relativos a 2023 são alarmantes, mas insistiu que uma análise mais aprofundada só é possível através do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI).
O número de crimes registados pela polícia portuguesa aumentou quase 8% no ano passado face a 2022, atingindo um total de 371.995, atingindo o nível mais elevado numa década, segundo estatísticas da Direção-Geral da Política de Justiça.
Hugo Costeira afirmou em entrevista à Agência Lusa que é preciso comparar os tipos de crimes e ver quais as regiões do país que registam índices de criminalidade elevados, acrescentando que o número de crimes também pode estar a aumentar. é. É uma acusação, não um crime.
“Do ponto de vista estatístico, esta é uma estatística realmente preocupante”, reconheceu, acrescentando que é preciso reflectir com mais dados para que outras considerações e acções possam ser tomadas.
Na opinião de Hugo Costeira, “a criminalidade não está a aumentar, mas sim o número de queixas às autoridades está a aumentar e, como resultado, o número dos chamados negros está a diminuir”.
Os números pretos representam “pessoas que são vítimas de crimes, mas não os denunciam, e pessoas que realmente começam a denunciá-los”, o que poderia ajudar a explicar a probabilidade de um aumento real.
“Temos de esperar pelo RASI e tentar perceber que tipo de crime está aqui, do que estamos a falar exatamente, quais são as zonas onde isso está a acontecer, o que geograficamente faz com que isso aconteça? .
Citando o aumento do tráfico de drogas como exemplo, disse que precisamos de olhar de forma mais abrangente e ver “em que partes do país isto aconteceu para entender se há factores adicionais que devem ser visados”. “Especial atenção das autoridades”, sobretudo ao nível da segurança próxima.
Ele ressaltou que quando olhamos para o crime organizado, como os assaltos a residências, ouvimos frequentemente que estes crimes são cometidos por “grupos que podem não ser nacionais”.
“Nem são residentes, porque vieram para Portugal para cometer este crime e desapareceram. Portanto, isto nem é um problema de imigração, é um problema de crime altamente organizado”, apontou.
Voltou a defender a necessidade de cruzar estes dados com elementos que possam constar no RASI, permitindo “do ponto de vista técnico fazer algumas comparações e tirar algumas conclusões”.
“Este é um crime muito grave”, afirmou, citando o exemplo da condução de um veículo com álcool, acrescentando: “Este é um crime muito grave”. a locais de diversão noturna se os crimes ocorreram próximos uns dos outros.
“Portanto, mesmo que a resposta seja definitiva, há alguns indicadores que precisam de ser analisados. Por exemplo, precisamos de perceber porque é que há tantas detenções com este nível de alcoolemia”, argumentou Hugo Costeira.
Disse também que o crime está a ser analisado “de forma muito activa, tanto pelas autoridades políticas como pelas forças de segurança e pelos líderes das forças de segurança”, a fim de se chegar a “conclusões válidas sobre a razão de haver tal aumento”.
Segundo estatísticas da Direção-Geral da Política de Justiça, não há tantos crimes registados em Portugal desde 2013, quando foram 376.403, e em 2023.
Os dados mostram ainda que só em 2020, ano marcado pelo confinamento devido à pandemia do coronavírus, o número de crimes caiu abaixo dos 300 mil, com 298.787 ocorrências.